A escolha do fato do noivo

A escolha do fato de noivo não foi nada simples e teve direito a várias peripécias que vos contámos há tempos. Escolher um fato que fosse diferente do usual, não foi simples. Ou foi. A verdade é que procurei o fato que escolhi desde a primeira loja que visitei, mas o que me diziam era que a fábrica já não produzia o meu número neste fato. Fui vendo mais e mais casacos e camisas e calças... Nada me agradou. A procura já se via desesperante. Eu já não tinha nada a perder por isso segui o conselho dela, da Telma, e fui à loja de Ourém, a Bela Noiva. Foi lá que encontrei o fato por que me enamorei logo a princípio. Tinha que ser aquele. Lamechas? Sim, mas isto foi a história real.

Inicialmente a minha mãe perguntou à Telma que fato eu deveria usar, porque as noivas costumam escolher tudo. Vimos isso em muitas lojas. Mas nós explicámos que no nosso casamento haveria igualdade de género e ambos teríamos o nosso dia de sonho à medida dos dois, o que incluía um fato de noivo de cortar a respiração, como são a maioria dos vestidos de noiva. Ela achou muito bem, mas entretanto já não sabia de mais lojas em Lisboa para visitarmos. Ela já estava por tudo. Queria ser ela a oferecer-me o fato. Lá fomos nós com um dos padrinhos e a namorada à derradeira prova, na loja A Bela Noiva, em Ourém.

Quando lá chegámos vimos mais uma vez o fato que tinha passado pela nossa vista em inúmeros catálogos. Ficou na memória. Experimentámos novamente muitos fatos e nenhum encheu as medidas. Quando já estávamos a desistir, eis que nos lembramos de comentar que queríamos era aquele fato, se fosse possível encomendar. Responderam-nos que iam conseguir o fato, custasse o que custasse, pois queriam ajudar na busca. Antes que perguntem ou tirem conclusões precipitadas, ninguém sabia quem eu era, portanto não há aqui nenhum tipo de patrocínio. Fizeram isto por mim, como podem fazer por ti amanhã. Foram impecáveis e conseguiram o fato dos meus sonhos.

Consegui exactamente o fato que queria, que teve que levar alguns ajustes quando chegou. Recomendo vivamente o trabalho desta loja, porque conseguiram o que mais nenhuma loja estava a conseguir: encontrar o fato de cortar a respiração. A Telma é testemunha de como as pessoas reagiam sempre que eu mostrava as fotografias que tinha no telemóvel. Diziam sempre "muito giro", "nunca vi um noivo tão giro". Senti-me mesmo bem dentro desta roupa que marcou o que foi para mim o dia mais inesquecível da minha vida, até à data. Senti que estava tudo perfeito. Desde a pedra da gravata, passando pelo cinto, acabando nos botões de punho. Tinha aqui um fato irreverente como tanto queria. Ela adorou, por isso acho que foi prova superada. O que é que vocês acham?