Na última publicação que escrevi que era epiléptico, descobri que havia uma blogger interessada em partilhar comigo este desmistificar da epilepsia, com um tipo de doença diferente da minha. Eu tenho as conhecidas convulsões, ela tem epilepsia de ausência. Assim, os dois, em conjunto, vamos procurar desmistificar o máximo possível esta doença. Hoje vamos explicar-vos como podem ajudar-nos, a nós e a quem sofre do mesmo que nós, em caso de ataque epiléptico. No caso de quem tem convulsões, basta continuar a ler a publicação. Se pretendem saber como ajudar num caso de epilepsia ausente, podem ler o artigo da Isabel, autora do blogue Contos de Menina-Mulher, aqui.
O QUE FAZER QUANDO PRESENCIAR UMA CRISE CONVULSIVA?
- Manter a calma. Na grande maioria as crises são auto-limitadas e vão desaparecer espontaneamente. Além disso, sob stress não vamos poder ajudar ninguém. O que devemos fazer é controlar o tempo em que decorre a crise. Vão parecer horas infindáveis, mas não costuma ultrapassar os 3 minutos, por isso convém mesmo contar pelo relógio mais próximo.
- Reparar se há crises parciais. Antes de uma crise generalizada pode haver crises parciais a antecedem. No meu caso, eu tenho espasmos que vão sendo repetidos com maior intensidade até resultar num esticar total de membros. Se se aperceberem que a pessoa está numa fase semelhante, procurem que se deite, para evitar quedas e afastem todos os objectos que possam vir a magoar. Tentem proteger a cabeça colocando uma almofada ou uma toalha dobrada por baixo.
- Deitar a pessoa na posição lateral. No caso de não conseguirem ter forças para rodar o corpo inteiramente, pelo menos virar a cabeça para o lado o suficiente para a língua cair e desobstruir as vias respiratórias. Esta acção também impede que o paciente se afogue na própria saliva.
- Permaneçam com a pessoa até que recupere os sentidos. É frequente que após um ataque a pessoa fique atordoada. Coloque-a de lado e deixe-a dormir. Fique de vigília até que acorde e recupere a consciência.
O QUE NÃO FAZER:
- Não introduza nada na boca nem tente puxar a língua. A teoria de que as pessoas podem "enrolar a língua" e asfixiar não tem qualquer fundamento. A pessoa pode subitamente contrair violentamente a mandíbula e lesionar quem tenta ajudar. O simples acto de colocar a pessoa na lateral ou, pelo menos, girar a cabeça é o suficiente para que não se afogue com a própria saliva.
- Não tente imobilizar os membros. Temos que deixar o paciente se debater nele mesmo. Só devemos proteger a cabeça com uma almofada, e procurar que não se magoe em lado algum do corpo ao bater em algum objecto.
- Não agite nem tente acordar o paciente. Nem durante o ataque, nem posteriormente, já que é uma descarga de energia e a pessoa pode demorar alguns minutos a recuperar os sentidos. Deixe-o dormir no final do ataque.
- Não dê nada para beber ou comer após a crise.
Quando chamar o 112?
1. sempre que tiver dúvidas sobre o melhor procedimento
2. se for a primeira crise da pessoa (i.e., sem epilepsia prévia)
3. se a crise for mais prolongada do que o habitual (geralmente as crises não ultrapassam os 2-3 minutos de duração) ou se observar crises repetidas, sem recuperação dos sentidos no intervalo
4. crise com ferimentos sérios
5. dificuldade em retomar respiração normal no final da crise
Um dia li por aí, pela internet, que ter epilepsia é fácil, viver com epilepsia não é. Acho que acreditei durante muito tempo da minha vida que era assim. Agora estou disposto a ajudar outras pessoas a conseguirem sentir o mesmo que eu: Quem vê caras, não vê epilepsia. Não virem as costas à doença, encarem-na de frente!
Meu Deus Pedro!
ResponderEliminarEsqueci-me do pré-crise, ou "o aviso", como eu lhe chamo! Havemos de falar disso :)
Conforme vamos falando, são epilepsia diferentes entre si, mas o mais importante: dar a conhecer, está a ser feito.
Um beijinho graaaande,
Temos tempo para tudo. E quanto mais escrevemos sobre isto, mais nos vamos lembrando de aspectos importantes a referir!
EliminarNo caso, pode não ser assim tão mau não escrevermos aqui, porque há muita gente que não os tem. Eu também tenho. E assim é mais fácil controlar para que não haja crise. Eu aviso sempre.
São diferentes, mas no essencial é o mesmo e é bom esta partilha em conjunto! Obrigado por alinhares comigo! :D :D
Um forte abraço!
Confesso que achei este post super importante! Obrigada, acho que é um ensinamento que todos deveríamos ter.
ResponderEliminarTHE PINK ELEPHANT SHOE
Nós também achamos que sim e é por isso mesmo que juntos partilhamos e partilharemos mais sobre este assunto tão pouco falado/ escrito!
EliminarÉ fundamental estarmos informados sobre estas questões, até porque não é uma realidade assim tão distante. E assim evitamos cometer erros que podem colocar a pessoa em causa.
ResponderEliminarObrigada por esta partilha!
Exactamente. Por isso mesmo é que achamos importante a partilha!
EliminarTenho uma amiga que tem epilepsia e a uns anos eu ajudava-a com as crises. Na altura não tinha conhecimento nenhum do que deveria fazer, mas alguns dos aspectos que referiste acabei por fazer instintivamente.
ResponderEliminarÉ bastante importante dar a conhecer esta informação!
Beijinhos**
Rose
_________________________
All The way is an adventure
Jess & Rose Blog | Instagram | Youtube
Muito obrigado. Não te esqueças de partilhar, para que mais pessoas possam ajudar! :)
EliminarUm post bem interessante e enriquecedor!
ResponderEliminarBeijinhos,
Espero por ti em:
strawberrycandymoreira.blogspot.pt
http://www.facebook.com/omeurefugioculinario
https://www.instagram.com/marysolianimoreira/
Obrigado. Esperamos que possa ajudar quem precisa! :)
EliminarEu por acaso já tive um ataque de epiléptico quando era mais pequena, lembro-me de cair tipo tábua para trás. Passei meses em exames e os comprimidos que me deram faziam-me alergia nas pernas (tão estranho). Mas desde então foi o primeiro e o ultimo, nunca mais tive. Só sei que a minha mãe sofreu horrores e a minha irmã conseguiu manter a calma.
ResponderEliminarBeijinhos,
Dezassete
É algo que pode surgir e desaparecer com a mesma frequência, com o mesmo motivo. Ainda bem que correu tudo pelo melhor! :)
EliminarQue publicação tão interessante e útil! :D
ResponderEliminarA Marca da Marta
Então não te esqueças de partilhar, pois podes estar a ajudar! :)
EliminarMuito bom post! Obrigada pelo esclarecimento!
ResponderEliminarhttps://nobresonho.blogspot.pt/
Nós é que agradecemos a atenção. Quanto mais pessoas souberem como ajudar, melhor!
EliminarIsto é muito importante! Tenho um amigo com epilepsia e infelizmente ainda há muita gente que faz muitas coisas erradas ao tentar ajudar. Todos deveríamos saber como agir em caso de um ataque destes
ResponderEliminarwww.ayellowrain.blogspot.com
Nós somos os dois da opinião de que uma das grandes falhas do ensino no nosso país é não haver um ensinamento de primeiros-socorros. Estes casos não acontecem propriamente uma vez num milhão. É muito frequente. Deveria haver mais informação!
EliminarUm post muito interessante e muito importante também. Eu tive uma crise de epilepsia quando era criança e a minha mãe ficou em pânico porque nunca tinha visto nada assim. Felizmente os anjinhos estiveram do lado dela e ela soube como reagir e fez tudo direitinho mesmo sem saber nada da doença. Foram quase quatro anos de tratamento e, felizmente até ao dia de hoje nunca mais tive nenhuma crise.
ResponderEliminarBeijinhos
Da mesma forma que a doença surge, inesperadamente, também pode ir embora. Ainda bem que foi, no teu caso. Espero honestamente que não volte a surgir!
EliminarTambém tive epilepsia até aos 14 anos, com ataques e convulsões esporádicos, sobretudo em momentos de grandes emoções.
ResponderEliminarNa altura deixei de tomar medicação porque já não aguentava mais e a verdade é que nunca mais tive nenhum episódio e depois de análises feitas, viram que a doença estava adormecida.
O facto é que há 14 anos que não tenho um ataque epiléptico.
MRS. MARGOT
Também já tive várias vezes vontade de parar a medicação. Mas quando tentei... Não correu bem! A verdade é que esta doença é um enigma. Numas pessoas acaba por desaparecer, noutras pode durar uma vida... Mas há que aprender a lidar com isso!
EliminarEsperamos que continue a correr tudo bem e não volte a aparecer!
Obrigada pela partilha. Não sabia o que fazer e há alguns anos, assisti (imóvel...) a um ataque de epilepsia de uma rapariga em uma paragem de autocarros. Felizmente havia quem soubesse o que fazer e ajudou-a.
ResponderEliminarEu, no entanto, como não sabia, fiquei imóvel e sem conseguir ajudar.
Por isso, considero este post muito importante.
Obrigada.
Beijinhos meus queridos <3
Obrigado nós pela atenção e por quereres aprender o que fazer! :)
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