Deficiente não é insulto!

Começo eu (Ele) esta publicação a corrigir-me. Pedimos, nós, que te corrijas também a ti. Pedimos que se corrijam a vocês mesmos.

Todas as publicações são importantes para nós, mas esta é de extrema importância que leiam e não somos só nós a pedir-vos...

Eu (Ela) também me corrijo.

Mongolóide. Deficiente. Atrasado Mental. Def. São quatro exemplos de palavras que conheces. São palavras que todos conhecemos. São palavras que todos usamos... Mas muitos são raras as vezes que as usamos na sua forma correcta. Tantas e tantas vezes damos por nós a dizer "que atrasado mental" quando vemos os erros feitos pela condução dos outros que colocam a vida de outros e a própria em risco. Tantas outras dizemos para nós mesmos, quase que por brincadeira. Banalizamos estas palavras. Usamo-las da forma errada. Nós, com esta publicação, estamos a admitir que erramos e a mostrar que nos queremos redimir e corrigir. Estamos a alertar-te/vos para que se corrijam também.

Nós agíamos desta forma ignorante porque nunca nos colocámos no lugar que é realmente deficiente ou que tem um ente querido mongolóide. É que todos estes termos são usados fora de contexto e discriminam as pessoas a quem se deve realmente dirigir estes termos. Foi a blogger portuguesa mais conhecida em Portugal, A Pipoca Mais Doce, que dispensa apresentações, que nos alertou para este facto em que nunca teríamos pensado. Lemos a publicação dela (aqui) e descobrimos que, de facto, esta nossa ignorância leva a que outras pessoas se sintam mal, sejam prejudicadas, sem necessidade.

Tudo isto vem a propósito da campanha "Ser deficiente não é insulto" que é promovida pelo BIPP - Inclusão para a Deficiência que procura alertar para o uso indevido destas palavras que comummente são, de forma errada, e por ignorância, como tentativas de insultos. Procuram promover o conhecimento da questão para que, desta forma, palavras como "deficiente", "atrasado mental", "mongolóide" sejam usadas nas devidas ocasiões. Não contribuam para que se continue a usar estas expressões para fins de exclusão social. Trabalhem antes na inclusão! Para isso, convidamos, tal como o fez primeiramente a Pipoca Mais Doce:

«O adjectivo"atrasado" não pode servir de sinónimo a parvoíce, estupidez, insensibilidade, irreflexão e tantos outros exemplos. Há termos mais adequados. Para que a mensagem passe, o BIPP desafia toda a gente a partilhar uma foto sua, com uma tira de fita-cola na boca e o "insulto" escrito. Depois, só têm de a partilhar, com os hashtags #naoeinsulto e #bipp, acompanhado de uma frase do género "chamei atrasada mental a uma blogger, na verdade devia ter-lhe chamado palerma" ou "já falei ao telemóvel enquanto conduzia. Fui irresponsável, não fui anormal". Por fim, desafiem outros amigos a fazerem o mesmo.»