Visita às Caves de Vinho do Porto

sexta-feira, janeiro 27, 2017
       O que seria de nós, tendo ido ao Porto, e não tendo visitado nenhuma das variadas caves de vinho do Porto?! Obviamente que antes de termos vindo embora tratámos do assunto. No entanto, a esta altura é bom revelarmos que não somos os maiores apreciadores de vinho, no geral. Ainda assim, para toda a regra há uma excepção e nós procuramos essa linha. Fomos então experimentar e a nossa opinião mais sincera e pessoal vai-vos ser revelada, como não poderia deixar de ser.

       Um passeio destes só poderia ser muito divertido. Havia várias casas por visitar e vários tipos de vinhos por degustar. E muitas fotografias para tirar, para mal dos meus (Ele) pecados. Sou sempre o modelo preferido aqui da Ela...
       Eu (Ela) admito que ele é o meu preferido. Mal seria senão fosse, não é verdade? Além disso tenho a desculpa perfeita para tirar fotografias a tudo: tenho que vos vir contar tudo e quero ter fotografias, para que façam os passeios connosco. Desta vez não poderia ser excepção à regra. Não em algo tão tradicional. Por isso cá está uma espécie de reportagem fotográfica:

         Quase que cada casa se sobrepõe uma em cima de outra, ao lado de outra, que fica atrás de outra. Portanto é muito difícil escolher as preferidas para visitar, já que cada uma tem o seu preço e o nosso orçamento não era assim tão avultado. Além disso, o tempo não era muito, pois queríamos visitar de tudo um pouco e cada casa tem os seus horários de visita. Conciliá-los não é assim tão fácil. Por outro lado, preferíamos uma visita guiada e à antiga. Não queríamos phones nos ouvidos. Queríamos comunicação natural entre o guia e o seu público. Por isso excluímos a Taylors (que podem conhecer aqui), por exemplo. Vimos o exterior e uma parcela pequena da casa. Tinha este belo pavão e era tudo muito luxuoso!

       Cada um escolheu à sorte, do pouco que sabia. As críticas eram excelentes para a casa Cálem, por isso foi a primeira opção, ao meu (Ele) gosto. Depois havia a casa Ramos Pinto, que tinha um aspecto muito imponente e as garrafas (que já conhecíamos previamente, e que vos vamos dar a conhecer) transmitiam uma mensagem muito peculiar, pelo que foi a minha (Ela) escolha. Em ambas recorremos à opção da língua inglesa, por questões de tempo e para conciliar ambas. Isto é relevante para o caso de quererem escolher saberem que há maioritariamente a opção da língua inglesa, mas na casa Ramos Pinto, por exemplo, quem escolhe a língua usada é a primeira pessoa a chegar. Cada casa usa a sua o modo que prefere. Tenham somente isso em consideração, para o caso de não compreenderem tão bem a língua inglesa, pois todos os portugueses deveriam conhecer as diferenças gerais do vinho do Porto, que tanto orgulho nos traz.
       Começamos então pela Cálem:

       A Cálem (que podem conhecer aqui) surge em 1859, e mantém-se aos dias de hoje, entre as cerca de 40 marcas históricas de vinho do Porto, sendo uma das mais famosas. Quem não conhece o "Old Friends" (Velhotes)? Também por ser uma das primeiras casas a surgir após a descida da ponte D. Luís I, mas também pela sua qualidade, é um nome que fica na ponta da língua de todos quanto se interessam pelo nosso vinho. [Sim, nosso. O vinho do Porto é um pouco de todos os portugueses. É um orgulho nacional!]


CÁLEM
       Os vinhos da Porto Cálem envelhecem em barris de carvalho durante anos e anos. E sabiam que depois disso ainda vendem a sua madeira para os Whiskey escocês? E que depois disso ainda passa para uma terceira fase, para o rum? Nós não fazíamos ideia, mas foi uma das curiosidades que mais gostámos de aprender nesta cave. Mais um motivo para nos orgulharmos dos grandes feitos! 

       Depois da visita guiada há uma pequena degustação. Neste caso, experimentámos um dos mais conhecidos vinhos Velhote, que tanto caracterizam a marca. Primeiro experimentámos um Porto Cálem Fine White que apresentam como sendo um vinho que «envelhece em cascos de carvalho e em cubas de inox durante. De cor amarelo-palha, apresenta aromas florais e a frutos tropicais. Na boca é macio, frutado e elegante.» A par disso, experimentámos uma reserva especial tawny, que apresentam como um vinho que «envelhece em cascos de carvalho durante 7 anos. De cor castanha-aloirada, apresenta aromas a frutos secos e especiarias. Na boca é aveludado, equilibrado, com notas de frutos secos.»
       Depois disto, o que é que eu (Ele) tenho a concluir? Desculpem desiludir, mas a verdade é que não aprecio bebidas alcoólicas, sejam elas quais forem. Quanto mais souberem a alcoól pior. Sou mesmo mais apreciador da minha água. No entanto, dos dois preferi o tinto, o tawny. É mais frutado e desliza melhor na garganta. Eu (Ela) tenho um gosto mais particular quanto a vinho e quase sempre prefiro o branco. Desta vez não foi excepção. Fresco, o vinho do Porto branco, com um bom queijo e um belo chouriço... Para mim é TOP! 


RAMOS PINTO
       Se na outra casa toda a aparência era simples, nesta a experiência é oposta. Aposta-se no fazer apologismo ao que foi feito pela marca até à data. Mostra cada motivo de orgulho no ser português que a marca Ramos Pinto (que podem conhecer aqui) nos passa, com as mais variadas garrafas que já produziu. Só visitar o espaço de degustação já vale muito a pena, como vos tentamos mostrar através das fotografias.
       Adriano Ramos Pinto foi quem fundou e deu nome, em 1880, à casa Ramos Pinto, que é extremamente inovadora para o seu tempo. Poderíamos pensar que seria uma das mais recentes casas pela sua grandiosa aposta na publicidade, bem como pelo tipo de publicidade feita, tão herege. Rapidamente ganhou a nossa atenção, e corre o ano de 2017, agora pensem no efeito que deve ter produzido nos seus inícios...

Sim, é verdade que andámos com a tralha toda a passear pela cave.
Fazemos sempre isso em todo o lado, avisamos já. Escondemos é das fotografias!
       Nesta cave há possibilidade de visita gratuita da zona de degustação, e, pagando, podemos visitar o museu da casa Ramos Pinto que ainda se mantém, em partes, intacto desde a época de construção. É mesmo um museu que vale a pena ser visto. Porém, não pudemos tirar fotografias para vos mostrar... É uma razão a mais para darem um passeio pelo Porto e fazerem uma visita. Depois podem, logicamente, fazer uma visita à cave propriamente dita.
       Ramos Pinto tinha uma visão pioneira, com uma estratégia de vanguarda, extremamente inovadora para o seu tempo. Dedicava muita da sua atenção para a embalagem e promoção dos seus vinhos, que dava mais atenção no mercado. Quer se gostasse, quer não, não devia haver, por certo, quem não comentasse os vinhos que eram comparados à maçã de Adão, por exemplo. No museu podem ainda encontrar uma colecção única de objectos de arte com que o próprio fundador presenteava os seus clientes. Clientes esses que eram recebidos com um troco, ao invés de um vulgar banco de taberna. 

       Nesta casa sente-se um especial apreço pela época em que fundaram a casa. Sentem-se as raízes... E mostra-se tudo o que se tem. Para quem não tem noção, ficam a saber que uma garrafa pode ser muito, muito mais do que um ordenado mínimo. Há vinhos do Porto para todos os gostos... e, sem dúvida, para todos os tipos de carteiras!

        E o que achámos do vinho do Porto branco e do tinto? A verdade é que não nos vamos pôr aqui com pesquisas e invenções, porque nós não somos assim. Connosco é a realidade dura e crua. A nossa realidade. E a nossa realidade é que não fazemos ideia do que nos foi dado a provar... O que sabemos é que era notoriamente melhor! Eu (Ela) continuarei a preferir a versão em Branco, eu (Ele) continuei a preferir o tinto, mas ambos concordamos que era o melhor vinho do Porto que experimentámos! É aquele que recomendaremos, de entre todos os que já tivemos oportunidade de experimentar!

Querem uma publicação só sobre vinho do Porto? Temos muito para escrever...
Qual a vossa cave preferida?


Sintam lá o poder da vinhaça... Enquanto eu (Ele) olho para a câmara, eu (Ela) olho para outro lado qualquer... Quase estrabismo! É o que há...


2 comentários

  1. Excelente reportagem esta :) é uma visita que vale bem a pena!

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    1. É mesmo! Aprende-se muito de algo tão grande da história do nosso país!

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Obrigado pelo comentário! Vamos responder-te no mais breve espaço de tempo que nos for possível. Um bem-haja!